Os Homens Que Não Amavam As Mulheres

Oi Carol
Eu já havia lido os três livros quando surgiu o filme. Concordo com tua opinião, o filme é muito fiel ao primeiro livro. Apenas não sei se achamos isso por termos lido, pois já ouvi opiniões de pessoas que assistiram e ficaram confusas. Contudo, ainda assim acredito que a versão sueca será sempre a melhor que a versão que os americanos venham a fazer. O estilo de cinema é diferente. E, particularmente, prefiro o cinema europeu, que dá mais ênfase à história do que aos efeitos cinematográficos. Portanto, haverá quem prefira a americana se o que prefere diz respeito aos efeitos visuais. Enfim! Cada cinema, europeu, americano, latino, asiático, tem seu valor, por ser arte, mesmo que não passe de um simples blockbuster, pois a finalidade é o entretenimento, viajar na fantasia como se estivesse vivendo o real.
Já quanto aos livros em si, para mim tornaram-se cult, pois o autor conseguiu juntar, na história, várias questões fundamentais desta nossa época: violência contra as mulheres, corrupção das instituições públicas, relacionamentos não convencionais, enfim, há vários assuntos que podem demandar tópicos e tópicos de conversa a respeito. E acima de tudo, as personagens criadas são muito ricas, especialmente, a hacker, que para mim foi uma das melhores personagens que surgiu nos últimos tempos na literatura. Isso porque quando pensamos em literatura, ou lembramos da história contada, o que geralmente acontece hoje em dia, ou lembramos de personagens que marcaram, capitu, madame bovary, diadorim, etc, etc. Fazia um bom tempo que eu não era seduzida por uma personagem tão intensa, complexa, como essa hacker. Amei. E confesso que fiquei com uma pontinha de inveja, pois faz um tempo que estou em busca de uma personagem assim para meus textos, e está difícil.
Infelizmente, o escritor não nos contemplará mais com outros livros. A trilogia foi uma obra de fôlego, imagino que ele morreu tão novo, muito em razão disso (especulações minhas, óbvio).
Um beijão
Helô
Helô! Como é bom receber teus comentários, sempre me deixam feliz. A mãe me lembrou agora que compramos a trilogia porque tu vivia falando que a história era incrível...
É verdade, quando soube que iam fazer um filme, minha preocupação foi essa. O livro é muito longo para ser representado em duas horas de filme. Mas achei muitíssimo fiel mesmo, e foi ótimo ver todas as imagens que criei aparecendo feito mágica na tela da TV.
Acredito que a versão americana vai investir mais nos efeitos também, mas a minha crítica não é tanto a isso, já que ainda não vi o remake. O que me entristeceu de verdade é que atualmente as pessoas não valorizam o original, elas precisam "possuir" para ser bom. Os filmes europeus são ótimos, não perdem nenhum crédito por não serem americanos, então minha grande dúvida é: Para que fazer uma nova versão de um filme que foi lançado em... 2009, não foi? Não vejo motivo. E também acho que, sempre que recriamos algo, corremos o grande risco de mudar a essência. Acho que, se é sueco, deixe ser sueco. Mas talvez as pessoas discordem. Especialmente as que não leram os livros. Mas é isso mesmo, viajamos demais ao ler, ao ver filmes. Na verdade, tenho um gosto eclético, gosto de ver coisas em todas as línguas, já me emocionei com muitos seriados asiáticos. Acho que a arte está na diversidade mesmo!
Eu só li o primeiro livro, pretendo ler o segundo e o terceiro nas férias, mas concordo que Stieg Larsson conseguiu juntar muitas questões importantes numa história muito incrível, que não dava mais vontade de parar de ler, e depois nos faz refletir sobre aquilo. Lisbeth é ótima, eu gostei muito da forma como ele conseguiu deixar ela tão interessante, inteligente e rica, diferente das protagonistas de hoje em dia. Ela é realmente incrível. Também fiquei me sentindo assim quando li, gostaria de ter sido eu a inventar uma mulher tão cheia de detalhes, tão complexa e fascinante. Gostei muito da forma, digamos, "sutil", que ela encontrou para resolver alguns problemas.
Também pensei nisso. Pelo menos, ele teve tempo de nos presentear com uma obra tão fantástica!
Um beijo e bom fim de semana!
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